quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A TUA ÁGUIA                    

                     “A águia e a galinha” de Leonardo Boff nos lança diariamente uma provocação sobre a nossa existência efêmera no universo. Ao que disse o naturalista ao camponês, vendo uma águia que convivia pacificamente num galinheiro: “Este pássaro não é uma galinha, é uma águia, a rainha das aves, aquela que voa mais alto e que mais perto chega do céu e do sol. A maior de todas as aves”. Diante de nós o desafio de buscar a águia que hiberna inconsciente de toda a força e poder.
                       Embora tenhamos nascido livres para alcançar grandes alturas e ter profundidade e amplitude no olhar, crescemos cerceados e limitados. Até que venhamos a ter maturidade suficiente e despertar da inconsciência, foi-se meia vida, sem contar a carga depositada em nossa memória celular, da qual passaremos mais alguns anos para desemaranhar e reconstruir.           
                        Tal como a águia que ao chegar a sua vida adulta atravessa a solidão, a dor e sofrimento para enfim, renascer e completar a sua missão, também nós somos chamados a despertar do sono letárgico ao qual estávamos mergulhados até então.
                        A águia de Boff precisou ser conduzida ao alto da montanha para despertar a sua identidade adormecida. Os grandes acontecimentos geralmente traumáticos ou extremamente difíceis podem despertar o gigante adormecido em nós. O momento da grande virada faz com que viremos o espelho em nossa direção para reconhecer o infinito poder em nós.

                        É preciso coragem para assumir a águia em nós. É preciso vontade para entrar em ação e virar o jogo da vida. Viver o destino é um grande desafio e a luta é diária. Lá do alto da montanha é que somos capazes de reconhecer e acessar os recursos necessários para alcançar a plenitude e a serenidade de ter cumprido a tarefa à qual fomos chamados.



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