Quando
o julgamento sai de cena, o amor entra para iluminar e derreter a dureza do
nosso coração.
Assisti o filme “A Cabana” e a cena mais
impactante para mim, foi quando Mack se encontra com a sabedoria. O momento
onde ele é confrontado com a sua profunda dor da perda do bem mais precioso.
Como todos nós, ele também julgou o assassino e a ele estava acorrentado pela emoção
da revolta. A sabedoria aponta para uma cadeira onde Mack deveria se sentar para
julgar o assassino de sua filha. Apesar de ter a oportunidade de julgá-lo como
qualquer um de nós faria, ele não quis assumir a posição de juiz. Uma pergunta
me vem à mente: Por que estamos o tempo todo julgando as atitudes e decisões
das pessoas a nossa volta? Caso fossemos chamados a sentar na cadeira do juiz,
com certeza ficaríamos constrangidos. Comprometemo-nos com nossos pensamentos e
ações de julgamento, mas não assumimos isso como fato. Talvez a cadeira do juiz
nos constranja e nos faça olhar para as nossas próprias falhas. Olhar para as
nossas falhas e dores não é fácil e requer coragem e desprendimento. Negamos
tudo aquilo de que não gostamos em nós. No entanto, avaliamos pelos nossos
padrões as escolhas e decisões daqueles que mais amamos e também daqueles dos
quais nem conhecemos a história de vida. Somos tão arrogantes e orgulhosos que queremos
resolver a vida dos outros segundo os nossos valores. Quanta ousadia!
Voltando ao filme, Mack teve que sentar na
cadeira do juiz e julgar o assassino e também o seu pai, a quem culpava por,
segundo ele, não ter sido um bom pai. Somos assim mesmo, julgamos nossos pais e
reivindicamos deles aquilo que julgamos que deveriam ter feito ou nos proporcionado.
Quando Mack, constrangido foi sentar na cadeira, imediatamente começaram a
passar algumas cenas da infância do seu pai. Quando Mack pode ver que o seu pai
foi um dia uma criança assustada e que também teve que enfrentar muitas
dificuldades, comoveu-se e compreendeu a verdade, e chorou. Em outra cena,
apareceu o assassino de sua filha quando ainda era um menino. Pode perceber
também ali, uma criança sofrida e rejeitada. Muito mais difícil foi olhar e
assentir, dando lugar ao amor em seu coração. O amor e simplesmente ele,
dissolve as dores mais profundas da alma. É somente quando soltamos a dor deixando-a
ir embora que compreendemos o amor e o alívio no coração. Como é sofrido esse
processo! Mas, depois, quanto alívio e paz de espírito invade todo o ser.
Permita-se viver essa experiência em sua
vida! Mude o seu olhar e inclua a todos com generosidade e aceitação. Dessa
forma acabar-se-ão todos os preconceitos e julgamentos que começam na mente
humana.
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