VOCÊ É SUJEITO DO SEU PRÓPRIO DESTINO
Tomar e sustentar decisões requer
coragem para lidar com as forças contrárias nas vozes daqueles que estão ao seu
lado. Inconscientes de seus falares, estão emprestando ao universo seus medos
covardes de assumir suas escolhas mais verdadeiras.
Somos sequestrados pelas memórias
e experiências do passado sem que nos demos conta disso e agimos no presente
influenciados por elas. Para ter a consciência de como agimos em diversas
histórias é necessário olhar para a dor. Em meio ao caos, quando a visão turva
e a emoção afoga, olhar para a dor pede coragem e sobretudo, humildade. Desapegar de algo
que te acompanha há tanto tempo, com a qual estava já tão acostumado e sabia
tão bem como sentir.
Uma analogia para ilustrar e compreender, seria a relação
entre o carcereiro e o prisioneiro. O carcereiro vem todos os dias nas mesmas
horas para torturar seu prisioneiro. Durante anos o prisioneiro sabe exatamente
a medida da dor aplicada. Habitua-se com o sofrimento. Um dia, porém, recebe a
informação de que o carcereiro foi transferido e outro ocupará seu lugar. O
prisioneiro entra em pânico pois desconhece os métodos do novo carcereiro. Terá
que se acostumar com uma nova dor.
Assim também eu me acostumei com a dor
infligida pelas memórias do passado. À medida que olho, desnuda do ego para
as minhas mazelas, consigo evoluir e sustentar minhas escolhas mesmo que as
vozes disfarçadas venham fazer coro em meus ouvidos. Com isso, me afasto conscientemente daqueles com os quais estava vinculada pelas memórias traumáticas.
O que nos mantém ligados à essas pessoas nada mais é do que os laços da dor. A
partir do momento que não há mais identificação com os traumas, rompemos nessas dores. Libertar-se proporciona mais autonomia, por outro lado, seguimos sozinhos. Os que ficam pelo caminho, continuarão a fazer as vozes que tentam
em vão melindrar e desencorajar as suas decisões.
A caminhada é solitária e com
muitos desafios. À medida que sustentamos nossas escolhas e aceitamos o destino
ao qual somos chamados, podemos perceber quantas forças se levantam para
impedir e lhe trazer de volta aos emaranhados. No entanto, não há como voltar ao
que já foi. Olhar para o passado e para os vínculos de dor já não fazem mais
parte do seu caminhar. Você ganha mais força a cada passo que dá e é no
caminhar que vai fazendo a sua verdadeira história de vida. Sustentados no amor que nos trouxe a esta vida de inconstâncias e impermanências.